segunda-feira, 3 de julho de 2017

Macaco-prego

Quatro espécies de macacos-pregos, da esquerda para direita: Sapajus flavius, Sapajus xanthosternos, Sapajus nigritus, Sapajus libidinosus.

Sapajus é um gênero de primatas da América do Sul que inclui as espécies de macaco-prego, também chamados micos-de-topete.[1] Os macacos do Novo Mundo do gênero Sapajus pertencem à família Cebidae, subfamíia Cebinae, e são uns dos mais comuns primatas da América do Sul. Outrora, as espécies desse gênero estavam incluídos no gênero Cebus e por muito tempo foram considerados membros de uma única espécie, Cebus apella. A taxonomia dos macacos-prego é confusa e mudou diversas vezes, sendo que o número de espécies variou entre uma única espécie até 12 espécies. Evoluíram, provavelmente na região da Mata Atlântica e depois povoaram outros habitats, como a Amazônia. O registro fóssil é esparso. Ocorrem na América do Sul, desde regiões amazônicas, até o sul do Paraguai e norte da Argentina e por todo o Brasil. São muito adaptáveis e ocorrem virtualmente em todos os ambientes e tipos de vegetação ao longo de sua distribuição geográfica, desde florestas úmidas até savanas e o semiárido, como a Caatinga, do nível do mar até 2700 m de altitude.

São macacos de porte médio, pesando entre 1,3 kg e 4,8 kg, com até 48 cm de comprimento, sem a cauda, que é preênsil, embora não tenha a mesma mobilidade que a cauda dos macacos-aranhas e muriquis. Esta tem papel principalmente na manutenção da postura. O quadrupedalismo é a forma predominante de locomoção. A cor da pelagem varia entre as espécies e os indivíduos, permitindo o reconhecimento destes. O pênis possui o formato de um prego quando ereto, o que conferiu o nome popular. Curiosamente, o clitóris também se assemelha a um pênis e dificulta a identificação dos sexos em indivíduos juvenis. O cérebro pesa cerca de 71 g e é complexo anatomicamente. O crânio e os dentes são robustos e apresentam adaptações à ingestão de alimentos duros e difíceis de mastigar.



Os macacos-pregos ocorrem no continente sul-americano, e duas espécies são endêmicas do Brasil (Sapajus xanthosternos e Sapajus flavius). São encontrados desde a bacia Amazônica até o sul do Paraguai e norte da Argentina e por todo o Brasil.[10][13] Por esses territórios, habita uma ampla variedade de formações vegetais, desde as florestas úmidas da Amazônia e Mata Atlântica, até áreas mais secas, como a Caatinga e o Cerrado, assim como o Pantanal, e o Chaco seco na Bolívia e Paraguai.[13][24]
Sapajus flavius e Sapajus xanthosternos são endêmicos do nordeste brasileiro. A primeira espécie ocorre somente no litoral dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba e sua ocorrência em regiões mais interiores, como na Caatinga, necessita confirmação, mas foi registrado uma população em áreas de Caatinga no Rio Grande do Norte.[19][20][25] S. xanthosternos ocorre no sul da Bahia e norte do estado de Minas Gerais, também em áreas de Mata Atlântica e de transição com a Caatinga.[10] Sapajus apella é uma espécie amazônica, ocorrendo no norte do Brasil, nos estados do Acre, Mato Grosso, Rondônia, Pará, Amapá e Roraima.[10] Também é encontrado na Amazônia no Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, nas Guianas e em uma ilha isolada no litoral venezuelano, a ilha de Margarita.[10] Pela classificação de Silva Jr (2001), a espécie da Amazônia peruana, equatoriana e da Amazônia brasileira ocidental é S. macrocephalus.[13] Sapajus libidinosus possui a distribuição mais ampla, ocorrendo por todo o Brasil central, ao norte do rio Paraná e rio Grande e leste do rio São Francisco, em regiões mais secas dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Bahia.[10] Ocorre também no Paraguai e Bolívia.[10] Entretanto, pela classificação de Silva Jr (2001), o táxon encontrado no Paraguai e Mato Grosso do Sul corresponde a S. cay.[11] Sapajus nigritus é uma espécie típica do sudeste e leste brasileiro, sendo encontrado nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, e também no norte da Argentina.[10] Para Silva Jr (2001), que considera a forma robustus como uma espécie propriamente dita, a ocorrência de S. nigritus é limitada pela rio Doce ao norte, e entre esse rio e o Jequitinhonha, ocorre a espécie S. robustus.

Deve-se salientar que os tipos predominantes de vegetação em determinada região da distribuição geográfica dos macacos-pregos são determinantes nos limites das ocorrências de algumas espécies de macacos-pregos.[26] Sapajus nigritus e S. robustus, apesar de terem como distribuição geográfica potencial áreas de Cerrado, são restritos a áreas de Mata Atlântica, principalmente em áreas úmidas do litoral.[26] Entretanto, em regiões de transição com a Mata Atlântica e Cerrado, é difícil determinar qual espécie ocorre, e no interior de São Paulo, no Brasil, não existe consenso se em algumas áreas ocorre Sapajus libidinosus ou S. nigritus.[26][27]

Os macacos-pregos são animais primariamente arborícolas, mas são muito adaptáveis e oportunistas, e podem viver em ambientes extremamente perturbados pelo homem, sendo encontrados, inclusive, em ambientes altamente industrializados e urbanizados.[10][24][28] Podem ser encontrados em qualquer tipo de floresta no Neotrópico, desde florestas deciduais e semideciduais, que passam entre 5 e 6 meses sem chuvas, até florestas pantanosas e manguezais.[10] Entretanto, já foi observado que S. apella evita áreas inundadas.[29] Ocorre em florestas ao nível do mar e em florestas montana e sub-montana até 2700 m de altitude, porém, parece preferir áreas de florestas de terras baixas.[10][24] Sua adaptabilidade permite que vivam em pequenos fragmentos de floresta secundária cercados por campos cultivados, florestas de galeria[29] e áreas de borda,[30] e são capazes de atravessar grandes distâncias com espaços abertos, como observado na Caatinga e no Cerrado.[10] Preferem os estratos médio da floresta, mas podem utilizar todos os estratos da floresta, inclusive o sub-bosque, para forragear, deslocar e beber água.[10][31] Por ora, os integrantes do gênero Sapajus mostram-se muito mais adaptáveis e oportunistas do que os caiararas, do gênero Cebus.[10][30] Visto a ampla distribuição geográfica dos macacos-pregos, os habitats e preferências de área de vida podem variar ao longo dos estudos realizados
Os macacos-pregos são macacos do Novo Mundo de porte médio, com os machos pesando entre 1,3 e 4,8 kg e as fêmeas entre 1,37 e 3,4 kg, tendo entre 35 e 48 cm de comprimento, sem a cauda, que possui entre 37,5 e 48,8 cm de comprimento.[32] Animais em cativeiro tendem a ser mais pesados que animais livres, e já foi registrado machos pesando até 6 kg.[3] Também, em cativeiro, podem viver até 55 anos, mas geralmente vivem até os 46 anos de idade.[33] Possuem um polegar pseudo-oponível na mão, pois a articulação carpometacarpal do polegar não é do tipo em sela.[3][24] Entretanto, isso não impede que o macaco-prego tenha precisão ao agarrar objetos pequenos, e de fato, é o único macaco do Novo Mundo que faz isso.[3]

A cauda é funcionalmente preênsil, entretanto, não possui todas as adaptações que a tornam verdadeiramente preênsil, como observado nos muriquis e macacos-aranhas, carecendo da região sem pelos na parte distal da cauda, que funciona como um coxim.[34] Quando em repouso, a cauda permanece totalmente enrolada, e pode ser utilizada como apoio, entretanto, ao contrário dos atelíneos ela não é utilizada para suportar o peso do corpo sozinha, e não funciona como um quinto membro, sendo curta, se comparada com muriquis, macacos-aranhas e bugios.[35][36] Ademais, a cauda é utilizada mais para manter a postura durante a alimentação do que para a locomoção, também contrastando com os muriquis e macacos-aranhas.[35] Rosenberger (1992) sugere que o surgimento da cauda preênsil dos macacos-pregos e caiararas deve-se ao relativo grande porte desses animais, contrastando uma dieta com significativa parcela de insetos, e por isso possui papel preponderante na manutenção de posturas durante o forrageamento e não para a locomoção.[37] Por conta do comprimento e flexibilidade menores, a cauda dos macacos-prego frequentemente é referida como "semi-preênsil".[3] O quadrupedalismo é a forma predominante de locomoção (cerca de 44%), mas podem saltar (cerca de 22%) e escalar quando se deslocam.[38][39] Nota-se, que quando comparado com o gênero Cebus, Sapajus se locomove de forma mais lenta, andando mais e correndo e pulando menos.[39] Ao contrário de outros macacos com cauda preênsil, não utilizam a braquiação para se locomover.[38] Quando se alimentam, costumam ficar sentados em substratos de tamanho médio.[38] A forma de se locomover e estratégias de forrageio determinaram a forma de outras estruturas do esqueleto pós-craniano dos macacos-pregos, além da cauda:os membros são relativamente curtos com relação ao corpo, e por isso os macacos-pregos possuem um aspecto atarracado.[8][39] Isto se relaciona com o fato de que dificilmente os macacos-pregos correm quando estão procurando alimento.[39] Quando comparado com Cebus olivaceus, possuem membros posteriores mais curtos, apesar de que não se observa tal diferença com os membros anteriores.[39] A escápula é relativamente alongada em relação a Cebus, o que sugere uma adaptação a escalar, apesar de que Sapajus não parece escalar significantemente mais do que Cebus.[38][39] Provavelmente, tal conformação se deve mais à manutenção de posturas sentadas ou bípedes no forrageio, como quando utilizam ferramentas

Crocodilo-do-nilo

Crocodilos-do-nilo

O crocodilo-do-nilo (Crocodylus niloticus) é uma espécie de crocodilo africano, cuja distribuição se estende desde a bacia do Nilo às regiões a sul do deserto do Saara a Madagáscar e ao arquipélago das Comores. Esta espécie, é uma das maiores do mundo (o maior crocodilo é o crocodilo-de-água-salgada), é bastante perigosa para o Homem e foi venerada como divindade no Antigo Egito.

O crocodilo-do-nilo é, assim como as demais espécies de crocodilos, um animal carnívoro, embora sua boca longa e cheia de dentes curtos e afiados não seja própria para devorar pedaços de carne. Por esse motivo ele carrega a vítima para dentro da água e espera até que a carne fique mais macia.

Os ovos da fêmea do crocodilo-do-nilo são colocados em ninhos na areia e os filhotes demoram de 11 a 14 semanas para nascer. Os ovos e os filhotes são alvos fáceis de predadores, incluindo outros crocodilos maiores. Como é próprio da espécie, os crocodilos-do-nilo fêmeas são mães atenciosas. Constroem grandes ninhos perto da água nos quais põem os ovos, tomam conta dos ninhos por dois a três meses até os filhotes saírem dos ovos e cuidam das crias nos dois primeiros anos. Na maior parte da vida, os crocodilos são solitários; grande número de crocodilos é encontrado junto a locais onde existem alimentos, mas sem formar grupos como manadas ou cardumes, que têm um sentido técnico em outras espécies.Se a temperatura do ninho está de 31°C a 34°C os filhotes são machos. Se a temperatura está de 30°C ou menos os filhotes são fêmeas.

Habitam água doce ou de baixa salinidade, como rios e lagos da África subsaariana.

Crocodilos-do-nilo têm uma coloração bronze escura na parte superior, com manchas pretas na parte de trás e na cauda, com um branco sujo no ventre. Os flancos, que são verde-amarelado na cor, têm manchas escuras dispostas em listras oblíquas. Existe alguma variação da coloração em relação ao meio ambiente; espécimes que habitam rios de águas velozes tendem a ser de cor mais clara do que os que habitam em lagos ou pântanos, onde água é parada e com um maior número de algas que se prendem á pele do animal. Eles têm olhos verdes.


Como todos os crocodilos, o crocodilo do Nilo é um quadrúpede, com quatro curtas espalmadas pernas, uma longa e poderosa cauda e um par de mandíbulas destrutivas e poderosas. O seu couro grosso, com uma fileira de placas ósseas e escamas duras o protege de qualquer ataque, sendo os olhos o único ponto fraco. Geralmente vivem por muitos anos e seus dentes e patas crescem novamente se perdidos, além disso eles conseguem passar longos períodos debaixo da água e esta capacidade aumenta com os anos. Outra característica sofisticada é que seus olhos possuem pupilas que se dilatam de noite, assim como acontece com os gatos, permitindo que os crocodilos enxerguem muito bem no escuro. Também possuem membranas nictitantes para proteger os olhos e glândulas lacrimais, limpando os olhos com as lágrimas. As narinas, olhos e ouvidos estão situados na parte superior da cabeça, de modo que o resto do corpo pode ficar escondida debaixo de água. A coloração também ajuda a camuflá-lo; juvenis são cinzentos, amarelados ou marrons, com faixas transversais escuras na cauda e corpo. À medida que amadurece, tornam-se mais escuros e as faixas cruzadas desaparecem, especialmente aquelas sobre a parte superior do corpo.

O crocodilo-do-nilo possui um comportamento de predação única caracterizada pela capacidade de predar tanto dentro de seu habitat natural quanto fora dele, o que muitas vezes resulta em ataques imprevisíveis em qualquer outro animal até, mesmo que tenha dobro do seu tamanho. Entre suas várias técnicas de caça, usa a cauda para encurralar peixes ou para abater presas terrestres, atacam de emboscada animais grandes e, com as mandíbulas, arrastam-nos até a água ou até mesmo aprisionam-os sob árvores ou pedras para afogá-los.

Os  crocodilos-do-nilo são o ápice dos predadores em toda a sua gama. Na água, são caçadores ágeis e rápidos, contando com os dois sensores de movimento na cabeça, perto dos olhos e usando a pressão da mordida para capturar qualquer presa distraída o suficiente para apresentar-se dentro ou perto da água. Fora da água, porém, o crocodilo do Nilo só pode contar com a seus membros curtos. Mesmo assim consegue até galopar em terra firme, para perseguir a presa. A maioria das caças em terra firme é feita à noite, na qual o crocodilo fica deitado, armando uma emboscada, perto de trilhas ou estradas, até 50 m a partir da borda da água.

As presas terrestres são capturadas em ataques de emboscada. quando o animal se aproxima da água para beber ou atravessar. O crocodilo mantém-se escondido com o corpo quase que totalmente submerso e, em outras ocasiões, sua cabeça e costas tornam-se visíveis. O animal aproxima-se lentamente quase imperceptível usando a camuflagem,sendo confundido um pedaço de madeira, ou ainda, se escondem em rios de águas barrentas, local preferido pelos crocodilos. O ataque é súbito e imprevisível. O crocodilo lança seu corpo fora da água e em um piscar de olhos e agarra a presa com suas poderosas mandíbulas. Os dentes de um crocodilo não são feitos para rasgar a carne, mas sim para segurar a presa,enquanto ele a arrasta para as profundezas do rio, afogando-a. A imensa força da mordida, superior a 1 tonelada em grandes adultos, assegura que a presa não pode escapar-se quando pega. O resto depende de energia do corpo do crocodilo e peso para puxar a presa de volta para a água onde ela é ou se afoga até a morte. Por terem dificuldade em retirar pedaços das presas, os crocodilos executam o "rolo da morte", na qual mordem a presa e rolam o corpo usando seu próprio peso para despedaçar e arrancar a carne das vítimas.

O tamanho da presa depende principalmente do tamanho do crocodilo.  Filhotes geralmente se alimentam de presas menores, preferindo pequenos peixes, sapos, insetos e pequenos invertebrados aquáticos antes de predar peixes maiores, anfíbios e pequenos répteis. Os juvenis e subadultos ter uma maior variedade de presas com adições, tais como aves, tartarugas, cobras, lagartos-monitores-do-nilo e mamíferos de pequeno e médio porte, tais como vários macacos, antílopes ,roedores, mangustos, lebres, pangolins, porcos-espinhos, morcegos,  e outros. Várias espécies aves também entram no cardápio do crocodilo, tais como cegonhas, pequenas aves pernaltas, aves aquáticas, águias pescadoras e até mesmo pequenas aves voadoras velozes também são apanhadas. Ao longo de suas vidas, os crocodilos podem se alimentar de peixes e outros pequenos vertebrados na ocasião, quando grande comida é ausente, como uma dieta de lado. Os peixes maiores, como o peixe-gato de água doce e de baixo são os preferidos pelos adultos. Peixes muito pequenos tendem a ser consumidos apenas em caso de descoberta súbita, principalmente na estação seca lagoas rasas, onde tanto esforço não é necessário para pegar uma presa pequena. Quase 70% da dieta de um jovem adulto são peixes. Isso muda drasticamente, no entanto, quando se tornam adultos maduros.

Os adultos são predadores de diversas aves, répteis e mamíferos. Grandes aves, como avestruz e grandes cobras, tais como as pítons, estão entre presas não-mamíferos. Entre os mamíferos, a maior parte das presas são antílopes. Em geral, as gazelas, impalas, kudus, palancas negras e  os gnus estão entre as vítimas mais comuns. Zebras, javalis e babuínos também são atacados pelos ferozes predadores. Quando crocodilos crescem eles preferem presas maiores para a eficiência energética. Portanto grandes adultos raramente caçam pequenas presas. Grandes adultos, ás vezes, arriscam atacar presas maiores, como girafas, búfalos,  jovens hipopótamos e jovens elefantes. Em vários casos, os grandes crocodilos foram observados abatendo presas muito maiores, como o rinoceronte-negro e hipopótamo. No entanto, diferente de casos raros, os adultos destas espécies não são consideradas como presas regulares e são atacados em último caso. Crocodilos do Nilo também são conhecidos por atacar outros grandes predadores como as hienas, guepardos, cães selvagens africanos, chacais, leopardos e até mesmo leões, dependendo da ocasião. No entanto esses predadores são geralmente mais inteligentes e cautelosos em seus arredores do que as presas e são mais difíceis de serem caçados, uma vez que geralmente evitam águas infestadas por crocodilos. A fim de economizar energia, crocodilos não preferem tais animais ágeis como a maioria das vezes será de mãos vazias. Eles geralmente só atacam outros predadores, na ausência de presas regulares. Heródoto afirmava que os crocodilos-do-nilo tinham uma relação simbiótica com determinadas aves, como a tarambola egípcia (pássaro-palito), que entrava na boca do crocodilo e se alimentava sanguessugas que parasitavam o réptil além de remover restos alimentares dos dentes dos crocodilos e estes, porém, não atacavam o pássaro. No entanto, não há nenhuma evidência dessa interação que ocorra realmente com qualquer espécie de crocodilo e é mais ficção mítica ou alegórica provável.

Crocodilos que vivem perto de aldeias e outras áreas populosas também predam  animais domésticos. Quando dada a chance, eles são conhecidos por atacarem galinhas, cabras, ovelhas e o gado. Crocodilos-do-nilo também atacam em seres humanos com freqüência, com muito mais freqüência do que outras espécies de crocodilos, embora em partes das Filipinas e na Nova Guiné, ataques de crocodilo-de-água-salgada  também são comuns.

Sub-adultos e adultos menores usam seus corpos e caudas para encurralarem peixes em direção a um banco de areia, e comê-los com empurrões laterais rápidos de suas cabeças. Eles também cooperam entre si, bloqueando peixes migratórios, formando um semicírculo em frente ao rio. O crocodilo dominante come primeiro. Sua capacidade de se manter escondido com a maioria de seu corpo debaixo d'água, combinada com a sua velocidade em distâncias curtas, torna-o um eficaz caçador oportunista de presas maiores. Agarram tal presa em suas mandíbulas poderosas, arraste-o para a água, e mantenha-o por baixo até que ele se afogue. Eles também costumam roubar a caça de outros predadores, como leões e leopardos. Grupos de crocodilos do Nilo podem viajar centenas de metros de uma hidrovia para encontrar uma carcaça. Eles também se alimentam de hipopótamos  mortos como um grupo, tolerando um ao outro. Uma vez que a presa está morta, eles arrancar e engolir pedaços de carne. Quando os grupos estão compartilhando uma caça, eles usam uns aos outros para alavancagem, mordendo com força e, em seguida, torcendo seus corpos de arrancar grandes pedaços de carne em um "rolo da morte". Eles também podem obter a alavancagem necessária, prendendo suas presas sob galhos ou pedras, antes de rolar e rasgando.

O crocodilo-do-nilo é caçado pelo homem devido ao valor do seu couro, mas não chega a ser uma espécie ameaçada. Entre seus inimigos o que se destaca é o elefante, pois suas patas destroem qualquer crocodilo distraído que estiver no caminho.

O crocodilo-do-nilo é o maior crocodilo da África e é o segundo maior crocodilo do mundo após o crocodilo-de-água-salgada. O crocodilo macho geralmente mede de 3,5 a 5 m; os mais antigos podem crescer até 5,5 m ou mais .Crocodilos fêmeas medem 2,4 a 3,8 m. Como em todos os crocodilos, há um grande dimorfismo sexual, com os machos até 30% maiores do que as fêmeas, embora a diferença seja menor em comparação com algumas espécies, como o crocodilo-de-água-salgada

O peso típico do crocodilo-do-nilo é de 225 a 550 kg, embora os machos excepcionalmente grandes podem variar apesar até 1 tonelada. A maior medida com precisão foi a de um crocodilo macho, baleado perto de Mwanza, Tanzânia, que medida 6,45 m e pesava cerca de 1,090 kg. Outro gigante notável, foi capturado vivo por JG Kulmann em Venda , África do Sul , medindo 5,5 m de comprimento e pesando 905,7 kg. Espécimes de sete metros e maiores têm sido relatados, mas essa super estimativa de tamanho é comum em relatos suspeitos. O maior espécime vivo é suposto ser um verdadeiro "devorador de homens" de Burundi é um crocodilo chamado Gustave. Acredita-se que ele tenha mais do que 6,1 m de comprimento e mais de 1 tonelada. Tais gigantes são raros hoje em dia; antes da caça pesada na década de 1940 e 1950, uma base de população maior e mais extensa nos habitats de zonas úmidas revelou ter animais enormes.

Existem evidências de crocodilos-do-nilo de climas mais frios, como o extremo sul da África, menores e podem atingir comprimentos de apenas 4 m. As populações menores de Mali, no deserto do Saara e em outros lugares na África Ocidental atingem apenas de 2 a 3 m de comprimento, mas são agora reconhecidas como uma espécie separada de Crocodylus niloticus, o crocodilo-do-oeste-africano (Crocodylus suchus).

O crocodilo-do-nilo é o crocodilo mais comum encontrado na África hoje. Eles são comuns em grande parte do continente. Sua gama histórica no entanto, foi ainda maior. Eles foram encontrados no norte, como a costa do Mediterrâneo, no delta do Rio Nilo (por isso o nome "crocodilo-do-nilo"). Hoje eles são comuns na Somália, Etiópia, Uganda, Quênia, Egito, República Centro Africana, República Democrática do Congo, Guiné Equatorial, Tanzânia, Ruanda, Burundi, Zâmbia, Zimbabué, Gabão, Angola, África do Sul, Malawi, Moçambique, Sudão, o Sudão do Sul, Botswana e Camarões. As populações isoladas também existem em Madagascar. São registrados por Heródoto terem habitado o Lago Moeris. Pensaram ter sido extintos crocodilos em Seychelles, no início do século 19. Eles são conhecidos a partir de restos fósseis que uma habitaram o lago Edward. A atual gama do crocodilo-do-nilo de distribuição se estende desde o Sudão ao Cunene e no Delta do Okavango. Em Madagascar, crocodilos ocorrem nas partes oeste e sul de Sembirano para Port Dauphin. Eles têm sido ocasionalmente vistos em Zanzibar e Comoros.

No leste da África, eles são encontrados principalmente em rios, lagos, pântanos, e represas. Eles foram conhecidos habitando o mar em algumas áreas, com um indivíduo que foi visto a 11 km (6,8 milhas)de Santa Lucia Bay em 1917. Em Madagascar, eles se adaptaram a viver em cavernas.

A espécie foi previamente pensado para estender em toda a África Ocidental, mas essas populações são agora reconhecidos como uma espécie distinta. Apesar desta confusão, o crocodilo-do-nilo é mais relacionado com os crocodilos das Américas ( norte-americanos , cubanos, os Morelet e os do Orinoco ) do que para o crocodilo-do-Oeste-Africano.

Os crocodilos têm um coração com quatro câmaras, embora modificadas por sua natureza ectotérmico, devido a um septo cardíaco alongado, fisiologicamente semelhante ao coração das aves, o que é especialmente eficiente para oxigenar o sangue. Eles normalmente mergulham por apenas alguns minutos, mas podem ficar submerso por até 30 minutos se ameaçados. Ao mergulharem entram em um estado de apneia onde permanecem inativos, segurando a respiração por até duas horas. Como possuem um metabolismo ectotérmico, podem sobreviver por longos períodos entre a próxima refeição, embora quando se alimentam conseguem consumir até metade do seu peso corporal de cada vez.

Eles normalmente rastejam em suas barrigas, mas também pode "caminhar" com as patas levantadas acima do solo. Espécimes menores podem até galopar, e crocodilos ainda maiores são capazes de explosões surpreendentes de velocidade, atingindo brevemente até 12 a 14 km / h. Eles podem nadar muito mais rápido, movendo seus corpos e caudas de forma sinuosa, e eles podem sustentar essa forma de movimento muito maior em cerca de 30 a 35 km / h.

Eles têm uma vasta gama vocal, e boa audição. A sua pele tem um certo número de órgãos dos sentidos unitegumentares que podem reagir a variações na pressão da água.

A força de mordida exercida por um crocodilo-do-nilo adulto foi mostrado pelo Dr. Brady Barr medindo mais de 1 tonelada de pressão. No entanto, os músculos responsáveis ​​pela abertura da boca são excepcionalmente fracos, permitindo que um homem consiga segurar facilmente a boca de um crocodilo fechada com uma pequena quantidade de força. Suas bocas tem um total de 64 a 68 dentes facetados em forma de cone, que aparecem mesmo quando o animal está com a boca fechada. Em cada lado da boca, há cinco dentes na frente da mandíbula superior (pré-maxila), 13 ou 14 no resto do maxilar superior e 14 ou 15, em ambos os lados do maxilar inferior ( mandíbula ).O quarto dente da mandíbula inferior é maior e aparece mesmo com a boca fechada. Filhotes rapidamente perdem um pedaço de pele endurecida na parte superior da boca chamado de dente do ovo, que eles usam para romper os seus ovos ao nascerem.

A longevidade do crocodilo não está bem estabelecida, mas espécies maiores, como o crocodilo-do-nilo vivem por bastante tempo e pode atingir cerca de 70 a 100 anos de idade.

Para os machos, o início da maturidade sexual ocorre quando eles estão com cerca de 3 metros de comprimento, enquanto que para as fêmeas, ocorre quando elas atingem de 2 a 2,5 metros de comprimento. Isto leva cerca de 10 anos para ambos os sexos, em condições normais.
Durante a época de acasalamento ocorrem violentas lutas entre os machos por posse territórios para atrair as fêmeas; os machos atraem as fêmeas emitindo sons graves característicos, batendo seus focinhos na água, soprando-a de seus narizes, e fazendo uma série de outros ruídos. Os machos maiores de uma população tendem a ser mais bem sucedidos. Uma vez que uma fêmea foi atraída, o par gorjeia e esfrega a parte inferior de suas mandíbulas juntas. As fêmeas colocam seus ovos cerca de dois meses após o acasalamento.
A nidificação é em novembro ou dezembro, que é a estação seca no norte da África, e a estação chuvosa no sul. Locais de nidificação preferidos são praias arenosas , leitos secos ou margens de rios. A fêmea então cava um buraco a poucos metros do banco de areia, com até 2 m de profundidade, e põe entre 25 e 50 ovos. Várias fêmeas podem ninho juntos.Os ovos se assemelham a ovos de galinha, mas têm uma casca muito mais fina.
Diferentemente da maioria dos outros crocodilianos, crocodilos do Nilo fêmeas enterram seus ovos na areia em vez de incubar-los na vegetação apodrecida. Depois de enterrar os ovos, a fêmea então guarda-los para o período de incubação de três meses. O pai, muitas vezes, ficar perto, e ambos os pais ferozmente atacar qualquer coisa que aproxima os seus ovos. A fêmea só vai deixar o ninho se ela precisa para se refrescar ( termorregulação ), tomando um rápido mergulho ou procurar um pedaço de sombra. Apesar dos cuidados atentos de ambos os pais, os ninhos são frequentemente invadida por seres humanos e lagartos e outros animais, enquanto ela está temporariamente ausente.
Ovos de Crocodylus niloticus
Os filhotes começam a fazer um barulho estridente assim que saem dos ovos, que é o sinal para que a mãe os tire do ninho. As mães podem pegar os ovos na boca, e juntá-las entre seus língua e parte superior do palato para ajudar a quebrar a casca e libertar seus filhotes. Uma vez que os ovos eclodem, a fêmea pode levar os filhotes para a água, ou mesmo levá-los lá em sua boca, como foi observado, nos fêmeas de aligátores
Crocodilos-do-nilo têm a determinação do sexo dependente da temperatura (TSD), o que significa o sexo de seus filhotes não é determinado pela genética, mas pela média de temperatura durante o terço médio do período de incubação. Se a temperatura no interior do ninho é abaixo de 31,7 ° C (89,1 ° F), ou superior a 34,5 ° C (94,1 ° F), a descendência será fêmea. Os machos só pode nascer se a temperatura estiver dentro dessa faixa estreita.
Os filhotes são cerca de 30 cm de comprimento ao nascer e crescem rapidamente a cada ano. As mães protegem suas proles por até dois anos e, se houver vários ninhos na mesma área, as mães podem formar uma creche. Durante este tempo, as mães podem pegar seus filhos, quer em suas bocas ou no papo da garganta, para manter os bebês seguros. A mãe, às vezes, leva-os nas costas dela para evitar que sejam comidos por tartarugas, cobras de água e até por outros crocodilos. No final dos dois anos, os filhotes serão cerca de 1,2 m de comprimento e, naturalmente, partem da área do ninho em busca da vida independente, evitando os territórios de crocodilos mais velhos e maiores.

sábado, 1 de julho de 2017

RÃ-MACACO



Família
Hylidae
Nome científico
Phyllomedusa burmeisteri

Nome em inglês
Common Walking Leaf Frog 
Medidas
Em torno de 7 cm. 
Alimentação
Pequenos artrópodes. 

Ocorrência
Endêmica da Mata Atlântica dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo e Bahia.

Características
Tem hábitos arborícolas e noturnos. Mimetiza muito bem as folhas verdes, sendo difícil encontra-lá em seu habitat. Seu corpo é verde com manchas azuis e amarelas nas laterais e nas partes internas das pernas.
Sua maneira de locomover lembra um macaco subindo nos galhos em câmera lenta. Por isso, recebe esse nome popular. Fazem tanatose quando ameaçadas e liberam uma secreção pela pele que pode causar ardência.
A fêmea é um pouco maior que o macho. Colocam seus ovos em folhas trabalhadas por eles, em forma de funil, sempre sobre a água. Após a eclosão os girinos pemanecem lá, até seus suprimentos de vitelo acabarem. Depois caem diretamente na água abaixo e completam seu desenvolvimento.

Lagartixa-leopardo

Grupo adulto de Eublepharis macularius

O Eublepharis macularius, conhecido vulgarmente por Lagartixa-leopardo, osga-leopardo, ou geco-leopardo (ou leopard gecko, em inglês) é um réptil pertencente à família Gekkonidae. Esse réptil, originário do Oriente Médio (Paquistão, Afeganistão e Irã) e da Índia mede aproximadamente 22 centímetros, podendo alcançar os 27 centímetros e alimenta-se de insetos, como baratas , grilos e tenébrios. Apresenta manchas amarelas, roxas, azuis e pretas na pele, fazendo com que cada membro da espécie seja único.

Este lagarto terrestre encontra-se normalmente nas áreas desérticas e montanhosas do Paquistão, oeste da Índia e Afeganistão. Tem entre 1 e 2 ovos por cada postura, acabando por eclodir ao fim de 42 a 84 dias de incubação. Tem um período de vida de até 20 anos.

E um animal carnívoro. A lagartixa-leopardo tem esse nome, porque sua coloração selvagem quando adulto é, normalmente creme amarelado com bolas e listras pretas. No entanto, a selecção artificial feita em cativeiro, deu origem a um grande número de variedades e esquemas de cor, distintas dos padrões selvagens. Algumas destas incluem: Amarelo forte, laranja, listrado, sem padrão (sem manchas ou listras), lavanda, granizado (manchas sólidas de preto e branco) e amelanístico (sem pigmentação preta nas marcas).

Diabo-espinhoso

Moloch cc03.jpg

O diabo espinhoso (Moloch horridus) é a única espécie do gênero Moloch. É um pequeno réptil existente na Austrália cuja dieta consiste somente em formigas.


Apesar do seu nome, o diabo espinhoso não ultrapassa os 20 cm de comprimento. As fêmeas são maiores que os machos. A sua coloração, que eles próprios controlam, tal como o camaleão, varia entre o amarelo e o castanho-escuro, conforme o tipo de solo e serve-lhe de camuflagem. Possui uma "falsa cabeça" atrás da verdadeira que utiliza para confundir os predadores. Possui espinhos cónicos por todo o corpo excepto na barriga onde são substituídos por protuberâncias.


O diabo espinhoso só tem formigas como único alimento, especialmente as do género Iridomyrmex. Só come uma formiga de cada vez, que captura com a sua língua pegajosa, mas pode comê-las a um ritmo de 45 por minuto. Podem comer entre 600 a 3000 só numa refeição e mais de 10 000 por dia.

Para beber o diabo espinhoso condensa o humidade existente na noite fria nas escamas e canaliza-a até à boca através de sulcos hidroscópicos existentes por entre os espinhos. O mesmo acontece em dias de chuva ou se ele encontrar uma poça.

Embora tenha o corpo coberto de espinhos cónicos, a sua extrema lentidão torna-o uma presa fácil. Os seus predadores são a abetarda, que efectua descidas rápidas sobre ele que o atordoam até o matar, e o varano. No entanto o diabo espinhoso tem algumas técnicas de defesa como enfiar a cabeça entre as patas dianteiras e mostrar a falsa cabeça que os predadores tomam por verdadeira. Se os predadores o tentarem rolar para expor a sua barriga, a zona mais desprotegida do seu corpo, o diabo contra-ataca fazendo pressão com os espinhos e com a cauda. Para assustar os predadores pode também inchar para dar a impressão de ser maior.

distribuição do diabo espinhoso

Habita principalmente terrenos de vegetação rasteira e desertos na Austrália Ocidental e Central onde se encontra a spinifex.

O acasalamento e a postura dos ovos ocorre entre Setembro e Janeiro. São postos de 3 a 10 ovos que eclodem 3 a 4 meses depois. O diabo espinhoso atinge a maturidade aos 3 anos e crê-se que vive 20 anos em estado selvagem.

O diabo espinhoso é aparentado com o lagarto de chifres da América do Norte do género Phrynosoma, sendo este um exemplo da evolução convergente.

largato-tatu

Armadillo girdle-tailed lizard.jpg

Cordylus cataphractus é uma espécie de lagarto pertencente ao gênero Cordylus, da família Cordylidae. Entre 15 e 20 centímetros de comprimento, esses lagartos habitam os desertos do sul da África, possuem escamas pontudas para proteção, são ovovivíparos e se alimentam principalmente de insetos. Vivem em pequenos grupos e hibernam durante o inverno.
Esse lagarto exibe características marcantes, como o cuidado com a prole, muito raro em répteis, mas a característica que lhe trouxe fama e o apelido de "lagarto-tatu" é o mecanismo de defesa no qual este lagarto morde a ponta da cauda e se enrola formando uma bola de escamas pontiagudas. Acredita-se que ele faça isso para proteger sua barriga desarmada dos predadores, um comportamento também observado em crustáceos como o tatuzinho e mamíferos como o tatu.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

LOBO-EUROPEU

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ORDEM: Carnivora
FAMÍLIA: Canidae
NOME POPULAR: Lobo-europeu
NOME EM INGLÊS: Gray Wolf
NOME CIENTÍFICO: Canis lupus
DISTRIB. GEOGRÁFICA: Eurásia, Egito e Líbia, México, Estados Unidos, Canadá, Groelândia
HÁBITOS ALIMENTARES: Carnívoro
REPRODUÇÃO: Gestação de 63 dias
PERÍODO DE VIDA: Cerca de 13 anos
HABITAT: Todos os habitats do hemisfério norte, exceto floresta tropicais e desertos


Ancestral do cachorro doméstico, o lobo europeu (Canis lupus) é o maior membro da família Canidae. Está distribuído geograficamente na América do Norte, Eurásia e Groenlândia. Possui uma grande e complexa organização social em matilhas de 8 a 12 animais, cuja hierarquia é claramente definida, que gira em torno do casal dominante.

A matilha patrulha grandes territórios que são marcados com urina. Anunciam sua presença por uivos, que podem ser ouvidos a 10 km de distância e que também servem como aviso para matilhas rivais, evitando o confronto. O sentido da audição e o olfato são bem apurados, além de possuírem o tronco forte e desenvolvido para a caça. O pêlo geralmente é cinza e grosso, mas pode variar de coloração do branco, vermelho, marrom e até negro (mais raro).

Seu peso pode chegar até 65 kg para macho e 55 kg para fêmea, suas medidas chegam a 160 cm de cabeça e corpo e cauda até 56 cm. São encontrados em todos os habitats do Hemisfério Norte, exceto em florestas tropicais e desertos áridos. São diurnos, mas podem se tornar noturnos no inverno. O período de gestação é de 63 dias com o nascimento de 6 filhotes, em média, que podem pesar até 450 g.
Os filhotes são criados em ocos de árvores, tocas ou outros abrigos, onde são alimentados por regurgitação. A mãe fica ao lado da cria por um tempo enquanto o macho e o resto da matilha saem para caçar. Com 08 ou 10 meses estão prontos para viajar com a matilha. Adquirem maturidade sexual com 22 meses e podem viver até 13 anos de idade.

Atualmente, o lobo europeu é considerado espécie vulnerável, tem sido perseguido e exterminado por caçadores e por cães treinados e até envenenados.

Com a expansão humana e destruição de seu habitat, as matilhas são forçadas a invadir áreas agrícolas para caçar e então são cruelmente mortos. Os lobos são protegidos por leis federais em alguns países, mas ainda podem ser caçados por esporte em outros. Diversas iniciativas de reprodução em cativeiro visam a preservação do patrimônio genético da espécie.

LEÃO africano

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ORDEM: Carnivora
FAMÍLIA: Felidae
NOME POPULAR: Leão
NOME EM INGLÊS: Lion
NOME CIENTÍFICO: Panthera leo
DISTRIB. GEOGRÁFICA: África e Ásia
HÁBITOS ALIMENTARES: Carnívoro
REPRODUÇÃO: Gestação de 120 dias
PERÍODO DE VIDA: Aproximadamente 20 anos
HABITAT: Savanas, matas e planícies


Os leões (Panthera leo) costumavam ser os animais de estimação favoritos dos reis e nobres, era uma maneira de mostrar o poder e soberania dos monarcas. São usados como símbolo em brasões de cidades como Veneza. Isto mostra claramente como os leões são populares em símbolos hierárquicos. Os leões têm cativado a imaginação do homem pelo vigor e força e também por sua agilidade e elegância.
Os leões certamente são os felinos mais conhecidos e estudados de todos os grandes gatos, também o único que vive em grupos. Sua coloração pode variar do amarelo claro ao avermelhado e marrom, os machos possuem uma juba a qual tende a crescer escura e cheia, de acordo com a idade, e pode se tornar até negra. A juba serve de proteção para o pescoço contra as lutas com outros leões.

Podemos encontrar machos de 2,50 m de cabeça e corpo e a pesar até 250 kg, as fêmeas podem medir até 1,75 m de cabeça e corpo e pesar até 182 kg. Os leões habitam as savanas, matas abertas e planícies das Penínsulas Arábicas à região central da Índia e quase toda a África. Os leões podem correr pequenas distâncias até 50 km/h, tendo também como ajuda os sentidos de visão, audição e olfato excelentes, que são essenciais para suas atividades, que ocorrem principalmente no período crepuscular e noturno.
Quando caçam o fazem por passos lentos alternados com rastejo e parados até a corrida final a sua presa, algumas vezes dois leões podem se aproximar da presa em direções opostas se um perder, o outro tenta capturar. Suas presas favoritas são: gnus, impalas, búfalos e antílopes. Um macho adulto pode consumir até 40 kg de carne em uma refeição, depois de se alimentar ele pode descansar sobre a carcaça por dias.

A base do grupo é formada por fêmeas e filhotes, esta associação permanece por anos, as fêmeas permanecem no grupo, mas os machos jovens deixam o grupo quando entram em maturidade sexual, podendo permanecerem sozinhos ou unir-se para formar uma grande e poderosa unidade. Os leões possuem nove distintas vocalizações, que servem para manter o contato com o grupo enquanto se movem e também tem função territorial.

A maturidade sexual ocorre entre 3 e 4 anos de idade, com um período de gestação de 120 dias e o nascimento de 1 a 6 filhotes que podem pesar até 1,3 kg. Os filhotes começam a seguir a mãe com 3 meses de idade e são desmamados com 6 a 7 meses, com 11 meses participam em caçadas, sendo completamente dependentes dos adultos até os 16 meses de idade.

O declínio da população de leões é resultado da expansão da atividade humana e da criação de animais domésticos, a caça esportiva também contribui para a queda da população que não tem mais ambiente e por vezes fica restrito em parques ou áreas protegidas por lei.